"Ali há terra..."
Faróis... sentinelas silenciosas... guardiões dos mares...
quarta-feira, julho 26, 2006
terça-feira, julho 25, 2006
sábado, julho 22, 2006
sexta-feira, julho 21, 2006
"MAR PORTUGUÊS"
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa - "Mensagem")
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa - "Mensagem")
quinta-feira, julho 20, 2006
domingo, julho 16, 2006
"O farol acende-se"
Há um mar parado na sua invisibilidade
e um marinheiro cego em movimento permanente.
há um marinheiro cego e o mar rente
à face dura da terra e um barco e a cidade.
Ninguém decora os recifes e os corais verdes
e azuis fundem-se em cristais nos olhos do navegador.
há um navegador cego e o mar acordando a dor
da sua cegueira em música de silenciosos acordes.
Há um barco e a cidade e a escuridão e um gigante
Adamastor em cada vaga em cada litro de água salgada.
há a água salgada nos agrestes medos de tudo e de nada
e a coragem que se esfuma no ar talvez por um instante.
O breu da noite engole mais fundo que a aguardente
e arde no cerne da garganta da vida que lenta se afasta.
é a cidade e as suas luzes apagadas a ave que arrasta
a esperança para o abismo onde a verdade sempre mente.
Os milagres não existem na tempestade forjada na loucura
do marinheiro cego em busca da cidade branca banhada de sol.
e há um barco resistindo, um homem persistindo e então um farol
acende-se e derrama o dia no seu olhar molhado pela noite escura.
(José António Gonçalves)
e um marinheiro cego em movimento permanente.
há um marinheiro cego e o mar rente
à face dura da terra e um barco e a cidade.
Ninguém decora os recifes e os corais verdes
e azuis fundem-se em cristais nos olhos do navegador.
há um navegador cego e o mar acordando a dor
da sua cegueira em música de silenciosos acordes.
Há um barco e a cidade e a escuridão e um gigante
Adamastor em cada vaga em cada litro de água salgada.
há a água salgada nos agrestes medos de tudo e de nada
e a coragem que se esfuma no ar talvez por um instante.
O breu da noite engole mais fundo que a aguardente
e arde no cerne da garganta da vida que lenta se afasta.
é a cidade e as suas luzes apagadas a ave que arrasta
a esperança para o abismo onde a verdade sempre mente.
Os milagres não existem na tempestade forjada na loucura
do marinheiro cego em busca da cidade branca banhada de sol.
e há um barco resistindo, um homem persistindo e então um farol
acende-se e derrama o dia no seu olhar molhado pela noite escura.
(José António Gonçalves)
Faróis chegam às ilhas
Somente em 1870 é que as ilhas começaram a ser alvo de atenção com o farol da ponta de S.Lourenço, em Santa Maria, seguindo-se a ponta do Arnel em S.Miguel em 1876, e o ilhéu de Cima de Porto Santo em 1900.
Juntamente com o farol do cabo Raso na fortaleza de S.Brás, o farol de Aveiro foi erguido em 1893, seguindo-se a ponta de Sagres em 1894 e o forte do Cavalo em Sesimbra, em 1896.
Entre 1908 e 1927 foram construídos 16 faróis no Continente e nas Regiões Autónomas, de onde se destacam o da Serreta, na Terceira, ponta das Lages e Albarnaz nas Flores, Ribeirinha no Faial, ponta do Topo em São Jorge e Gonçalo Velho em Santa Maria, nos Açores.
Aqui, necessário será realçar que as catástrofes naturais, como o vulcão dos Capelinhos no Faial, sismo de 80 ou sismo de 98, destruíram uma parte do património insular, levando à destruição e desactivação de alguns faróis, pelo seu estado de degradação.
Actualmente, até as pequenas ilhas Desertas (em 1959) e as longínquas Selvagens (em 1977) estão sinalizadas com faróis, como padrões da nossa soberania.
De salientar ainda que em 1881 foi criada uma Comissão de Faróis e Balizas com um plano de sinalização marítima da costa, portos e barras, para cerca de 20 anos depois, a dependência dos faróis passar do Ministério das Obras Públicas para o Ministério da Marinha, onde ainda hoje se encontra, com a denominação de Direcção dos Faróis.
Juntamente com o farol do cabo Raso na fortaleza de S.Brás, o farol de Aveiro foi erguido em 1893, seguindo-se a ponta de Sagres em 1894 e o forte do Cavalo em Sesimbra, em 1896.
Entre 1908 e 1927 foram construídos 16 faróis no Continente e nas Regiões Autónomas, de onde se destacam o da Serreta, na Terceira, ponta das Lages e Albarnaz nas Flores, Ribeirinha no Faial, ponta do Topo em São Jorge e Gonçalo Velho em Santa Maria, nos Açores.
Aqui, necessário será realçar que as catástrofes naturais, como o vulcão dos Capelinhos no Faial, sismo de 80 ou sismo de 98, destruíram uma parte do património insular, levando à destruição e desactivação de alguns faróis, pelo seu estado de degradação.
Actualmente, até as pequenas ilhas Desertas (em 1959) e as longínquas Selvagens (em 1977) estão sinalizadas com faróis, como padrões da nossa soberania.
De salientar ainda que em 1881 foi criada uma Comissão de Faróis e Balizas com um plano de sinalização marítima da costa, portos e barras, para cerca de 20 anos depois, a dependência dos faróis passar do Ministério das Obras Públicas para o Ministério da Marinha, onde ainda hoje se encontra, com a denominação de Direcção dos Faróis.