"Ali há terra..."
Faróis... sentinelas silenciosas... guardiões dos mares...
segunda-feira, dezembro 24, 2007
sexta-feira, dezembro 21, 2007
quarta-feira, dezembro 19, 2007
terça-feira, dezembro 18, 2007
segunda-feira, dezembro 17, 2007
sexta-feira, dezembro 14, 2007
quinta-feira, dezembro 13, 2007
quarta-feira, dezembro 12, 2007
terça-feira, dezembro 11, 2007
O Universo não é uma ideia minha
"O Universo não é uma ideia minha
A minha ideia do Universo é que é uma ideia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
A minha ideia da noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso."
Alberto Caeiro/Fernando Pessoa
A minha ideia do Universo é que é uma ideia minha.
A noite não anoitece pelos meus olhos,
A minha ideia da noite é que anoitece por meus olhos.
Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos
A noite anoitece concretamente
E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso."
Alberto Caeiro/Fernando Pessoa
segunda-feira, dezembro 10, 2007
sexta-feira, dezembro 07, 2007
quinta-feira, dezembro 06, 2007
'O monstrengo'
O monstrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o monstrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
(Fernando Pessoa - "A Mensagem")