sábado, abril 18, 2009

O céu azul de luz quieta

O céu, azul de luz quieta.
As ondas brandas a quebrar,
Na praia lúcida e completa
Pontos de dedos a brincar.

No piano anónimo da praia
Tocam nenhuma melodia
De cujo ritmo por fim saía
Todo o sentido deste dia.

Que bom se isto satisfizesse!
Que certo se eu pudesse crer
Que esse mar e essas ondas e esse
Céu têm vida e têm ser.

(Fernando Pessoa)